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mais um capítulo da série Varginha porque sim
Ando exausta de empreender. Mas isso não é de hoje, já tem mais de 3 anos que repenso cada passo da coreografia que ensaiei. É intrigante ser mais difícil retirar tarefas da esteira do que empilhar tantas outras. Meu disco riscado toca a mesma música semanalmente: o que não funcionou tão bem nos últimos dias e ainda está tirando meu ar? Ouço a pergunta e respondo quieta: preciso estar em gang pra vencer essa batalha.
Varginha porque sim era piada interna e por alívio soltei aos ventos. Morar num dos lugares mais graciosos do Brasil, Minas mon amour e viver em isolamento nunca foi meu objetivo. Aos 21, inaugurando o atelier, eu já sabia bem o que queria: fomentar arte na minha cidade. De 2011 pra cá abri as portas do atelier, da loja, da minha casa. Fiz múltiplas parcerias, apoiei projetos, celebrei a expansão de muitas ideias locais prósperas. A cada aceno artístico que Varginha dá, minha empreendedora agradece.
Perdi a conta de quantas vezes respondi a pergunta de “porque moro/tenho loja em Vga”. Entre respostas retóricas, meu sonho mesmo era dar play num simples e velho “porque sim” - no fundo faria todo mundo feliz. Em poucas palavras quero dizer: e por que não? E já que estou aqui preciso buscar minha gang de artistas. Esse é um dos papéis da Brava Galeria, também por isso ela fundou-se no Sion, um bairro de subúrbio exatamente onde também localizam-se os ateliers. Se uma pessoa não puder vir até o Sion por qualquer preconceito, talvez esse não seja mesmo o cliente desejado.
Apoiando a nossa gang local o apoio vem de volta. Quando me sinto exausta de empreender, recupero fôlegos lembrando que não estou só. Que vai ser f* mesmo, talvez pra sempre, mas que nada substitui a potência que é se ajuntar com quem também vive no seu planetinha louco e realizador. Como é bom fazer arte bem acompanhada. Como é transformador nos rodear de artistas fazedores, de gente que cria com cabeça sonhadora mas pés firmes no chão. Reconhecer e fortalecer a nossa gang local nos ajuda a recuperar não só o brilho nos olhos, mas o sentido do porque fazemos o que fazemos.
Minha empreendedora ainda resiste pra fazer eventos como esse com a minha gang que só tende a crescer e se fortalecer mais e mais. Você é minha convidada especial:
Ainda sobre apoiar nossa gang local, aconteceu a terceira edição de um evento cultural que apoio e ajudo a organizar na minha cidade e que também me enche de orgulho, o Café Cultural Grão da Terra, olha como foi:
Minha última quarta-feira de atelier foi assim, seguindo em frente na série "Meu avesso é verde esmeralda” e pintando um quadro por encomenda. Nesse vídeo contei como funcionam as minhas encomendas, se quiser saber mais:
💌 Na segunda parte da news contarei: o nome do meu livro em primeira mão e em qual etapa estou nesse projeto novo que está me dando até frio na barriga.