Não poderia existir lugar no mundo mais charmoso para um evento literário dessa magnitude: Paraty. Fiquei impactada. Essa foi a principal impressão ao estrear a primeira FLIP da minha vida - primeira de muitas, eis aqui uma certeza que não vai voar. Não passava pela minha cabeça visitar o evento esse ano, mas essa viagem caiu no meu colo de um jeito tão bonito que só pude fazer as malas, entrar no carro e ir. Talvez ela tenha pousado no meu colo, como uma borboleta que sabe a que veio: revolucionar. Peguei estrada numa quarta-feira cedinho rumo a Pouso Alegre onde buscaria a Laura - a amiga que me incluiu nessa viagem - e juntas fomos tagarelantes e com coração aberto para tudo que aqueles próximos dias teriam a nos mostrar.
Estar em Paraty faz da vida incomum. Ainda me intriga como uma cidade e suas pedras escorregadias pode me fazer apaixonar como se fosse a primeira vez. Esse foi o destino da minha primeira viagem “desbravadora” aos 18 anos quando morava no Rio, e agora o primeiro motivo que me levou a dirigir sozinha na estrada. Celebro pequenas conquistas. Celebro sentir a vida imensa em uma simples quarta-feira. E que potência é abrir o coração para sentir deslumbramento ao caminhar por ruelas em plena FLIP - e ser atravessada por tantas falas potentes que farão com que a volta pra casa leve um outro eu.
Tive pouco tempo para planejar quais mesas assistiria então escolhi apenas uma da programação oficial no auditório e as demais fui encaixando entre o flanar do dia, de acordo com a pessoa que eu gostaria de ouvir e temas de interesse Então o primeiro sonho realizado foi: assistir a escritora indígena Gení Núñez autora do livro Descolonizando Afetos na mesa AMOR POLÍTICO ao lado da Brigitte Vasallo, escritora espanhola que tive a sorte de conhecer nesta ocasião. Geni é uma das vozes que mais ecoam dentro do meu coração e aos meus olhos um exemplo vivo de força e ternura em perfeita harmonia. Vê-la, ouvi-la e - suspiros - ABRAÇÁ-LA foi o ponto alto da “minha Flip”! Receber a dedicatória no livro de poesia Felizes por enquanto, seu último lançamento, fez valer cada quilômetro percorrido serra de Cunha acima e abaixo. E isso foi só uma fatia da torta de alegrias que a Flip se tornou!
Eu também tinha um outro abraço inegociável: Jana Viscardi. Tenho a felicidade de poder dizer que conheci a Jana através de uma compra no meu site, há várias anos atrás ela se tornou minha cliente ao comprar um lettering de parede. (Você é da época desse produto?) Então comecei a acompanhar o seu canal de Youtube e depois o instagram, assim seguimos conectadas, com uma admiração recíproca e um sentimento gostoso de que parecíamos já nos conhecer. Mas o abraço real saiu mesmo lá em Paraty! Assisti a sua mesa “As virtudes da Clareza” na Casa CCR, depois tive meu livro autografado e ainda pude entregar um Planner 2025 de presente pra ela!!! ❤️
A programação da FLIP é tão vasta que estar em uma mesa de conversas é também abrir mão de outros inúmeros encontros maravilhosos que estarão acontecendo ao mesmo tempo. Por isso vivenciá-la pela primeira vez me trouxe uma conexão muito grande com a vida adulta que basicamente é fazer escolhas: definir o que escolho agora é também abrir mão de muitas outras coisas. Por isso assistir uma mesa era um exercício de presença absoluta como se aquele exato encontro fosse o melhor possível agora. Flanar sem programação também foi uma prioridade nesses dias! Couberam inúmeras surpresas pelo caminho, como conhecer editoras independentes e livros auspiciosos.
Continue lendo: mais detalhes da Flip, os livros que escolhi e poemas inéditos do meu processo criativo de escrita.
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